01-2017

14 de fev. de 2017
3 min de leitura

Dizem, por aí, que nada acontece por acaso. Dizem também que aquilo que é inesperado é sempre o melhor.

Pois, sou obrigada a concordar.

Um dia qualquer, algures em agosto, andava eu pelo facebook, quando, do nada, apareceu um anúncio publicitário de uma escola de aviação. Porquê? Como? Vindo de onde? Não sei, mas agradeço muito a Deus por o ter colocado no feed enquanto eu lá andava!

Recorri aos meus contactos ligados à aviação (OBRIGADA EDILMA LINDA!!) para me informar sobre tudo aquilo que eu queria saber e passado muito pouco tempo já estava inscrita. Com o coração aos pulos e com um nervoso sempre a chatear, de agosto até ao início do curso de Assistente de Bordo ainda foram 5 meses de espera, mas o tempo passou bem rápido e num abrir e fechar de olhos já era 9 de janeiro e lá estava eu.

Rumo ao Aeródromo Municipal de Cascais, 7h30 da manhã já ia eu no comboio, de Algés para Carcavelos, para depois apanhar o Scott 462.

Cheguei e mesmo na porta do hangar já esta a minha Nessa (naquela altura estava longe de imaginar que ela ia ser o meu maior pilar durante todo o curso) e a Aidinha (Aida para os outros, Aidinha para mim).

Estranhas, em tudo, no espaço, nas pessoas e nas roupas (vestidas como 'manda a lei' das Tripulações de Cabine) , entramos à procura daquela que seria a nossa sala de aulas durante 5 semanas.

A partir daí foi sempre a somar momentos, pessoas e gargalhadas.

Comandante Élton John, irmão de coração e companheiro de refeição Rui, Bea, Nuno Jean Pierre, Andreia, Mister casa dos segredos Marco Butes, Gonçalo cheiroso, princesa Nessa, Aidinha, irmã de coração e companheira de refeição Nês, amorzinho David, taxista de serviço André, Katerine, Fabrícia, Mister Danup aka autista favorito Tiago Miguel, Maria Inês, senhor delegado Diogo, Rafaela, Kelven e pão com manteiga João.

Não podia ter pedido melhor turma.

E o que eu dava para lá voltar e ficar mais umas semanas com eles a dançar Kizomba nas horas de almoço.

No curso, para além de todas as aulas teóricas, testes escritos e tudo aquilo que fizemos em Cascais, está incluído uma viagem aos Açores para aulas práticas e também uma primeira experiência de voo como tripulação.

Açores

A ida aos Açores foi memorável. Eram aulas, sim eram. Era fim de semana, sim era. Mas eu fazia tudo de novo sem pensar duas vezes!

Aquilo, que se algum dia me acontecer na vida real será a pior coisa de sempre, nas aulas foi simplesmente espectacular. Simulação das diferentes situações de emergência possíveis de acontecer num avião.

Primeiro Voo/Voo de observação

Aqui sim era nervos de verdade. Como assim o curso já tinha acabado e eu estava perante a minha primeira experiência como Assistente de Bordo? Era real. Estava perante um avião, com espanhóis de uma ponta à outra. Rumo a Oviedo. E agora chá café laranjada, desenrascaste.

Não vejo a hora de repetir e repetir e repetir e repetir.

Para além de tudo isso ainda tive a oportunidade e privilégio de aterrar no Cockpit e foi uma experiência incrível.

Seja lá o que for que Deus tenha planeado para mim, esta foi sem dúvida a experiência de uma vida. O dinheiro foi muito bem gasto e não me arrependo nem um bocado.

Ficam as memórias com muitas saudades dos meus coleguinhas lindos e de tudo aquilo que passamos juntos.